quarta-feira, 31 de julho de 2013

Movimento do Campo

Foi principalmente no governo JK que começou a ganhar evidência um dos mais novos atores na cena política brasileira, o campesinato. Até então restritos ao interior das propriedades, sujeitos à dominação dos grandes senhores, os camponeses começaram a se mobilizar, e a se organizar, lutando por direitos e por terra. É certo que esse processo se iniciou bem anteriormente, pelo menos nos anos 1940. Contudo, foi apenas na segunda metade da década de 1950 que passou a ter maior visibilidade, ocupando as primeiras páginas dos jornais, impondo-se ao debate político, projetando os camponeses nas cidades, nos centros de tomadas de decisão.
Na verdade, se isso se deu, o crédito se deve menos ao governo JK e mais à própria dinâmica dos movimentos sociais no campo. Apesar da presença e das pressões do PTB, seu aliado, JK, oriundo do PSD, partido de forte representação dos interesses agrários, experimentado nas turbulências que o ameaçaram até assumir o governo, optou por evitar tensões desestabilizadoras que certamente adviriam de qualquer medida que pudesse afetar as tradicionais relações de poder existentes no campo. Portanto, não se originou de seu governo nenhum movimento no sentido de efetivamente promover políticas destinadas a reformar a estrutura de propriedade da terra, base do poder dos grandes proprietários. De toda forma, deve-se destacar que uma de suas políticas, a de estimular o desenvolvimento regional do Nordeste via criação da Suenne  terminou por conferir, como um efeito não previsto, uma forte visibilidade a uma das organizações do campesinato, as Ligas Camponesas.

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